quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Darkest – Velhos novos headbangers




Com a enxurrada de bandas se enveredando pelo contestado Metalcore, os garotos do Darkest nadam contra a maré. Investindo em uma sonoridade que resgata o Death/Thrash Metal do início dos anos 90, a banda se desvencilha de tendências e ainda proporciona uma aula de técnica em seu primeiro EP intitulado “Human Decay”. Raro de se ouvir em estreia, principalmente em se tratando de uma banda jovem, o trabalho soará agradável aos ouvidos de velhos e novos fãs do Metal em geral. Falamos com Danilo (guitarra), Artur (vocal/guitarra) e Daniel (bateria) sobre essas e outras curiosidades da banda na entrevista abaixo. Completa o time o baixista Maurício.

Só pra descontrair. Então quer dizer que o Arte Metal foi o primeiro a resenhar o trabalho de vocês?
Danilo: Sim! Ficamos gratos pelos comentários tão concisos. É muito importante, tanto para o moral da banda quanto para a divulgação do nosso trabalho ter o retorno do pessoal que leva música a sério como as reviwers.

Contem um pouco da história da Darkest até então? Como surgiu a banda?
Danilo: É bem interessante, pois a banda nem sempre esteve completa (risos).  Maurício e eu nos conhecemos um pouco antes, nas aulas práticas em conjunto que frequentávamos em uma escola de música de bairro. O Artur também fazia aulas por lá, mas só o conhecemos quando a escola promoveu um festival interno, no fim de 2009, e sugeriu que formássemos uma banda para tocar uns covers; afinal, já tínhamos gostos musicais comuns. Depois do festival, Artur, Maurício e eu decidimos por seguir com a banda e investimos no trabalho autoral, que começou mesmo em 2010. Da criação da banda até achar o baterista que estivesse de acordo com o nosso perfil foi mais de um ano! (risos). O Daniel só entrou para o Darkest no começo de 2011 e não demorou a compor as partes de bateria de uma série de músicas nossas; desde então, a banda vem trabalhando duro e se aprimorando musicalmente e batalhando bastante, como manda o roteiro (risos).

“Human Decay” mostra uma sonoridade madura e de personalidade. É raro isso em um trabalho de estreia. Como vocês compuseram o EP?
Artur: Primeiramente, obrigado pelas palavras. A composição do EP se deu principalmente em 2011, ano que o nosso baterista Daniel entrou na banda e assim pudemos finalizar as músicas. Quando decidimos gravar o EP tínhamos em torno de oito músicas prontas, a escolha foi difícil, mas procuramos as músicas que melhor representariam o nosso som.

Aliás, como é o processo de composição de vocês? Vocês compõem juntos ou cada um surge com uma ideia e depois agrega à banda?
Artur: Bem, o processo de composição varia conforme a música. Geralmente compomos o instrumental primeiro e levamos para o ensaio para o Daniel trabalhar as partes de bateria. As ideias iniciais geralmente começam comigo e depois vamos trabalhando até conseguir algo satisfatório. Em termos de letras, eu e o Danilo trabalhamos conjuntamente, de certa forma o processo é similar.



“Human Decay” revela composições que soam modernas dentro do Thrash/Death Metal e que, mesmo assim, ainda possuem influências de Metal tradicional. Vocês concordam com isso? A que acham que deve este fato?
Artur: Acredito que com a adição de alguns elementos do Death Metal a nossa música soe mais moderna sim, mas não é o som moderno de bandas como Lamb Of God, Machine Head, Trivium, etc – bandas que pulam na cabeça da maioria das pessoas quando vêem juntam as palavras “moderno” e “Thrash Metal”. Nossa música se baseia primordialmente na fusão do Thrash Metal dos anos oitenta de bandas como Megadeth, Testament, Anthrax e Kreator com o Death Metal (principalmente o europeu do início dos anos noventa). É claro que o Heavy Metal tradicional também marca presença, afinal bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Black Sabbath são influência para qualquer banda, por mais que muitas neguem por aí (risos). Por ouvirmos praticamente de tudo dentro do Metal, outras bandas nos influenciaram, mas talvez não seja nem possível perceber suas influências apenas nessas quatro faixas disponíveis. Digamos que o nosso som é moderno demais para sermos considerados uma banda pertencente a esse revival do Thrash Metal “Old School”, mas somos ‘old school’ demais para sermos considerados como uma banda de Thrash Metal moderno (risos).

Como tem sido a repercussão do EP até então? Vocês lançaram o material somente em versão física ou ele pode ser encontrado virtualmente também?
Daniel: Bem, faz um pouco menos de um mês que lançamos oficialmente o EP, desde então temos varias mensagens animadoras de pessoas que ouviram e curtiram nosso som, e isso quem nos ajudou muito foi o Rômel da Island Press, divulgando para tudo quanto é lugar. O EP físico ainda não temos, mas agora em Dezembro vamos correr atrás disso e de camisetas para quem se interessar. Provavelmente teremos isso logo no começo de 2013.

A ilustração da capa de “Human Decay” ficou muito boa. Quem a produziu e como chegaram até este artista?
Danilo: Pesquisamos bastante e consultamos outras bandas, o que nos levou ao pessoal da Quatro Naipes. O pessoal do Spreading Hate foi quem nos indicou, quando perguntamos quem havia feito o trabalho gráfico do release da banda. Como podem ver, estamos muito satisfeitos com o trabalho da empresa.

Vocês escolheram essa arte pronta ou o artista desenvolveu conforme as orientações da banda?
Daniel: A arte foi feita com nossa ajuda. A princípio ela estava muito diferente desta: era uma garota com uma faca toda ensanguentada; bem bacana, mas não era aquilo que estávamos querendo. Então explicamos mais detalhadamente o que queríamos como capa e o Rick da Quatro Naipes conseguiu captar a essência da coisa (risos).

Quais os planos da Darkest? Como anda a agenda de shows?
Danilo: No momento, estamos nos empenhando em desenvolver nosso merchandising (camisetas são o foco por enquanto, como o Daniel comentou) e em disponibilizar o EP no formato físico. Sobre a agenda, como todos nós estamos passando por vestibulares, o fim de ano foi comprometido. Infelizmente, ou não, o músico aqui precisa ser polivalente, dar conta de diversas atividades que não sejam “apenas” a música (risos). Por enquanto, nos inscrevemos em algumas seletivas de festivais, todos previstos para 2013.
Artur: Vale também destacar que estamos finalizando as composições para o nosso debut e esperamos lançá-lo no ano que vem.

Podem deixar uma mensagem.
Danilo: Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer à oportunidade de falarmos sobre nosso trabalho. O underground depende da colaboração de pessoas e grupos que levem a cena a sério, além de depender também de bandas que se entendam como profissionais, para que seja possível acreditar em um futuro mais sério e coerente. Por fim, gostaríamos de convidar a todos a acessarem nossa página no Facebook e canais no Youtube e ReverbNation. Os links estão disponíveis abaixo:


3 comentários:

  1. Ótima entrevista. Força a todos!
    Abrax

    ResponderExcluir
  2. É darkest ae porra, tem tudo pra crescer essa banda! Boa entrevista

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pela entrevista e muito obrigado pelo apoio que tem dado ao trabalho da Island Press!!! Abraços!

    ResponderExcluir