O Skinlepsy é uma banda
formada por membros com grande bagagem no cenário metálico nacional, afinal o
power trio que forma a banda tem em seu currículo nomes como Siegrid Ingrid,
Anthares, Pentacrostic, Nervochaos, dentre outras. Mesmo assim, a banda não se
utilizou dessa prerrogativa para fazer seu nome, aproveitando somente a bagagem
musical para executar um Brutal Thrash Metal com sangue nos olhos. Após 10 anos
de sua fundação, finalmente a banda lançou seu primeiro álbum, o ótimo “Condemning
The Empty Souls”, que apesar do pouco tempo de lançamento têm obtido ótimas
críticas. Falamos com o guitarrista e vocalista André Gubber e com o batera
Evandro Jr. Sobre diversos assuntos. Completa o time o baixista Luiz Berenguer.
Sendo
direto. Como funciona uma banda que é praticamente uma seleção, já que se
juntar o currículo de vocês três surge nomes consagrados como Desaster,
Nervochaos, Siegrid Ingrid, Pentacrostic, Anthares, dentre outros?
André
Gubber: Funciona com muito entrosamento e naturalidade
porque nós três tocamos juntos muito tempo no Siegrid Ingrid. Realmente as
bandas citadas são muito importantes para a cena Metal nacional e temos orgulho
de ter participado e contribuído de alguma forma para isso.
Enfim,
o fato de ser praticamente um ‘dreamteam’ do Metal nacional deve ter facilitado
na hora de compor “Condemning The Empty Souls”? (risos)
AG:
Não
acho que somos um “dreamteam”, somos teimosos (risos), estamos há muito tempo
na estrada, mas sempre estivemos na base do underground, o Evandro Júnior
(baterista) é o mais experiente porque é membro original do Anthares, então,
desde os anos 80 está se dedicando à sua paixão maior que é tocar Metal. Ele é
um grande músico e poderia até ter tocado outros estilos ou tendências, mas é
um cara dedicado ao Metal nacional. Por isso acho que somos músicos
persistentes, acima de tudo. Quanto à composição do álbum, resgatamos as cinco
músicas que já tínhamos composto antes de pararmos e colocamos alguns novos
arranjos e estruturamos músicas que eu vinha compondo a algum tempo sozinho. Me
reuni com o Evandro Jr. e começamos a ensaiar e definir o repertório. O Luiz
Berenguer retornou à banda após a conclusão das gravações.
O
Skinlepsy foi formado em 2003 e lançou uma demo no mesmo ano intitulada “Reign
of Chaos”. Por que o debut demorou tanto pra sair?
Evandro
Jr.:
Posso responder essa pergunta pelo meu lado pessoal, porque isso de certa forma
afetou na descontinuidade do projeto em 2003. Após quase uma década de Siegrid
Ingrid, percebemos que era o momento certo de recomeçar, mudar os ares,
reformular a banda, mas para isso era necessário também criar um novo nome para
o projeto. Após encontrarmos um novo vocalista, fomos direto para o estúdio
gravar o CD-Demo “Reign of Chaos”. Algum tempo depois aconteceu a saída do
vocalista e eu particularmente estava bem cansado e pensando seriamente em
parar de tocar naquela ocasião. Foi o que eu fiz, reuni o pessoal da banda,
expliquei meus motivos e me retirei de cena. Acabei voltando a tocar um ano
depois, meio ao acaso e nunca mais parei. Mas eu sempre mantive contato com o
André Gubber, e quando me decidi por voltar a tocar, nunca descartei a
possibilidade desta volta do Skinlepsy, o que aconteceu finalmente em 2011, quando
voltamos a ensaiar e compor.
É
interessante notar que a sonoridade do Skinlepsy junta várias facetas das
bandas pelas quais vocês passaram com uma roupagem mais atual e, obviamente, as
próprias características com a dose extra de brutalidade e as letras mais
diretas e ácidas, por exemplo. Vocês concordam com isso? O que podem falar a
respeito?
AG:
Eu particularmente acredito que o som que fazemos tem mais ligação com o
Siegrid Ingrid, é como se fosse uma continuidade, algo que estaríamos fazendo
se a banda ainda existisse, exceto o vocal que ficaria a cargo de um grande
frontman, que no caso era o Punk.
Aliás,
o som da banda alia bem influências antigas com atuais.
EJ:
Isso
se deve ao fato de não sermos músicos saudosistas, sempre estivemos envolvidos
de alguma forma na cena, e sempre antenados com as novas bandas, as novas
sonoridades dentro do Metal. Não ficamos nunca parados no tempo, e devido a
isso, tudo aquilo que nos influenciou desde o início até os dias atuais acaba
refletindo naturalmente na hora de compor. Obviamente que nossas raízes são o
Thrash e o Death, e isso fica evidente quando você escuta a música do
Skinlepsy.
Em
quase todo o disco, tanto nos vocais, principalmente nos riffs de guitarra,
passando pela cozinha a banda prima pela agressividade e brutalidade. Isso é
algo proposital ou essa pegada foi surgindo conforme vocês iam compondo?
AG:
É algo natural, é o que queremos fazer no Skinlepsy, essas são as
características dessa banda, tocar Thrash Metal, com passagens por outros
estilos como Death Metal e até Hardcore, talvez no futuro algo de Doom, enfim,
as coisas fluem naturalmente e não precisamos nos preocupar, a ideia é não se
prender a um rótulo específico, porque queremos ter liberdade de “viajar”
dentro das possibilidades de tocar um som agressivo, sem ser exclusivamente uma
banda de Thrash.
“Condemning
The Empty Souls” ainda conta com as participações especiais de Luiz Carlos
Louzada (Vulcano), Fernanda Lira (Nervosa) e Thiago Schulze (Divine
Uncertainty). Como chegaram até eles e como foi tê-los participando do debut?
EJ:
O Luiz Carlos Louzada é nosso velho conhecido, um grande cara e um fantástico
vocalista. A Fernanda Lira nós tivemos o prazer de conhecer com o surgimento da
banda Nervosa, nos conhecemos pessoalmente e tínhamos em mente desde o início
das gravações dos vocais contar com a participação dela no álbum. E o Thiago é
um grande guitarrista de uma banda excelente e de grandes camaradas que é o
Divine Uncertainty. Todos eles foram extremamente solícitos e aceitaram nosso
convite de braços abertos. A participação deles foi fantástica e está
eternizada agora no nosso trabalho.
O
fato de vocês virem de bandas conhecidas da cena ajudou na divulgação do
trabalho? Como tem sido a repercussão de “Condemning The Empty Souls” tanto por
parte da mídia quanto por parte do público?
AG:
Acho que o fato de estarmos na cena há algum tempo, ajuda em alguns aspectos,
no entanto, somos uma banda nova, lutando para conquistar o nosso próprio
espaço. Atualmente existem muitas mídias e possibilidades de divulgação, mas
por outro lado, também existem milhares de bandas buscando visibilidade. Apesar
do álbum ter sido lançado em maio, ou seja, a pouco mais de um mês, a
repercussão por parte da mídia e do público não podia ser melhor. A mídia especializada
tem elogiado bastante e o nosso sentimento é de dever cumprido. Mas tenho que
te dizer que já estamos pensando no próximo álbum (risos).
Como
está a agenda da banda? Vocês como músicos experientes, como vêem a cena atual
no Brasil de uma forma geral?
EJ:
Apesar de toda a nossa longa trajetória na cena nacional, nós podemos
considerar 2013 como o pontapé inicial para a banda. Somos definitivamente uma
nova banda e temos um longo caminho pela frente, muito trabalho e determinação
para apresentar nosso álbum à maior quantidade possível de pessoas no Brasil e
no exterior. Tudo o que queremos agora, é tocar, portanto, estamos à disposição
de quem quiser nos contatar. Com relação à cena atual no Brasil, eu vejo um
momento de revelação de bandas excelentes e produção de grandes álbuns, muitos
eventos acontecendo, mas ao mesmo tempo, certa escassez de casas de shows, os
espaços parecem ter diminuído, e isso também vai de encontro a uma queda da
presença do público em muitos eventos. Há muitas causas para isso, mas aí é
necessário um amplo debate para essa discussão. Numa entrevista fica
impossível, concorda?
Podem
deixar uma mensagem, este espaço é de vocês.
EJ:
Em primeiro lugar, agradecemos ao ARTE METAL por gentilmente ceder espaço a
esta entrevista conosco! E deixamos aqui nosso e-mail para que todos os
interessados em conhecer nosso trabalho, possam entrar em contato diretamente
conosco. Informamos também que a Metal Media Management é nossa assessoria de
imprensa e através dela todos podem ter acesso a nosso material promocional,
infos, contato para shows e tudo o mais que for necessário. Força à cena
nacional e nos vemos em breve!
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