Se deixarmos levar pela
capa (bem feinha, por sinal) não iríamos nunca distinguir a sonoridade
praticada pelos mineiros do Scibex. Mas, como diz o ditado ‘nunca julgue um
livro pela capa’, seguimos a recomendação e o som, que é o que realmente
importa, não decepciona.
Formado em 2012 por
Diogo Bald (vocal), Thales Valente e Lennon Oliveira (guitarras), João Paulo
(baixo) – a banda ainda não conta com um baterista e não foi creditado quem
gravou o instrumento no álbum – este é o primeiro full lenght do grupo, que
antes havia lançado um single e um EP no mesmo ano de fundação.
O som do Scibex
surpreende e, apesar de estar em evidência no cenário europeu, por aqui tem
sido bem difícil encontrar bandas apostando no gênero. Afinal, não me vem à
mente alguma banda brasileira que invista em um Avant-gard Black Metal com
fortes influências de Progressivo e até um pouco de Space Metal.
Referências seriam
bandas como Arcturus, Borknagar e Vintersorg. Mas a banda possui suas
particularidades investindo em algo mais orgânico e apostando mais nas bases e
riffs de guitarra, o que faz a sonoridade soar mais pesada. Os vocais de Diogo
alternam limpos e os rasgados lembram os de Nagash, do falecido Covenant.
Músicas complexas,
longas e com variação rítmica cheia de quebradas dão o tom do trabalho. Apesar
de dinâmicas, as composições não possuem velocidade exacerbada e algumas
passagens são até viajantes, além de possuírem melodia na medida certa. Destaque para Cryptic
Confort Zone, Embrace Of Silicon, Being e Heralds Of Noosphere.
Não podemos deixar de
mencionar a ótima produção, a cargo da banda e Rodrigo Nepomuceno (a masterização ficou por conta do renomado Brendan Duffey, no Norcal Studios), que contribuiu
muito para a estrutura das músicas. Já temos um bom representante do Black
Metal atual, ótimo disco.
8,5
Vitor
Franceschini
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