quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Entrevista



Um dos pilares do Doom Metal nacional, a banda paulista Helllight acaba de lançar seu 4º álbum de inéditas onde adiciona novos elementos à sua música mantendo suas características profundas intactas. Mesmo com a cena nacional não valorizando tanto o estilo, que possui uma base fiel de fãs, o grupo se mantém sólido e conta com uma boa dose de seguidores na Europa – como nos contou Fabio De Paula (vocal/guitarra/teclados) nesta entrevista, que ainda abordou o cenário do estilo no Brasil e, obviamente o novo disco “No God Above, No Devil Below”. O Helllight é completado por Alexandre Vida (baixo) e Rafael Sade (teclados), além de Phill Motta (bateria) como músico de apoio.

Em “No God Above, No Devil Below” vocês mantêm o Funeral Doom Metal característico da banda. Porém, adicionaram elementos mais sinfônicos em suas composições. Vocês concordam com isso? Isso foi natural?
Fabio De Paula: Sim, nós decidimos abusar um pouco mais dos teclados, assim como o nosso primeiro álbum. Acredito que o som do piano combina muito bem com Funeral Doom e é possível criarmos melodias e climas únicos com isso.

Aliás, qual o principal diferencial do novo trabalho na opinião de vocês?
Fabio: Eu acho que as músicas desse álbum são um pouco mais diretas em comparação aos álbuns anteriores. São um pouco mais curtas e mais dinâmicas, porém, sempre com os tempos lentos e afinações baixas; que é uma constante em todos nossos trabalhos.


O Helllight foi reduzido a apenas dois integrantes em “No God Above, No Devil Below”, Fabio e Alexandre. Isso mudou na forma de compor da banda?
Fabio: Sim, no tempo da gravação do álbum estávamos somente com dois integrantes, isso certamente tem uma grande influência na composição das músicas e gravação do disco. Felizmente ou infelizmente, ele reflete somente as idéias de duas pessoas, ao invés de um conjunto maior como normalmente vemos. Por outro lado existe certa vantagem nisso, pois em alguns momentos, muitas opiniões em cima de uma música pode prejudicar. 

Aliás, vocês já integraram à banda Rafael Sade (teclado) e Phill Motta (teclado). Eles são integrantes fixos ou irão os acompanhar em turnê? Como está sendo o trabalho com eles?
Fabio: O Rafael voltou a ser um integrante fixo enquanto Phill continua sendo um músico de apoio para apresentações ao vivo. É muito bom poder contar com ambos, pois são excelentes músicos e tem excelentes ideias, tanto ao vivo quanto com composições.O Rafael Sade já fez parte da banda há alguns anos atrás; e está sendo excelente tê-lo de volta conosco. O Phill, apesar de ser um músico de apoio, já está conosco há mais de 4 anos e é excelente no que faz.

Voltando às novas composições, é muito interessante notar o contraste entre os belos arranjos de teclados e as mórbidas bases de guitarras.
Fabio: Sim, essa é uma marca registrada do HellLight, os contrastes entre arranjos melódicos e mórbidos. Essa é definitivamente a nossa intenção, acreditamos que através desse aspecto conseguimos traduzir melhor as emoções envolvidas nas letras e idéias das músicas.



Na resenha que fiz para o blog não destaquei nenhuma faixa devido ao extremo equilíbrio e qualidade que o álbum possui do início ao fim. Vocês destacariam alguma composição em especial?
Fabio: Nós temos a tendência de sempre colocarmos em primeiro lugar no álbum a música que melhor representa o álbum como um todo. Acredito que a música No God Above, No Devil Below conseguiu o que queríamos. Pois ela possui belas melodias, belos arranjos de piano misturado com a morbidez e acidez das cordas e vocais; A letra dessa música também representa exatamente o que a banda tem como ideal. Somos pagãos, e um dos ideais é que queremos traduzir através do Doom.

Como tem sido a repercussão de “No God Above, No Devil Below” até então? O álbum chegou a ser lançado no exterior?
Fabio: O álbum foi lançado por nossa gravadora da Rússia, a Solitude Productions e está tendo uma repercussão excelente. Estamos recebendo muitos elogios e críticas muito boas de profissionais, sites e zines do mundo todo. No Brasil, o álbum chegou há pouco tempo, mas já conquistou muitos fãs. Estamos profundamente contentes com a projeção que esse, que é nosso 4° álbum, nos trouxe.

Vocês têm se apresentado ao vivo? Há espaços para tocar?
Fabio: Nós nos apresentamos ao vivo, talvez menos do que gostaríamos, mas fazemos uma média de 10 shows por ano. Preferimos fazer um volume menor de shows, porém com shows de maior qualidade do que fazer muitos shows em lugares que não teremos boas apresentações. De qualquer forma, não há uma abertura muito grande para o Doom no Brasil, sinto que estamos, muitas vezes, abrindo caminhos.

Agora uma pergunta que tenho feito às bandas de Doom Metal e suas vertentes. O estilo possui uma base fieis de seguidores no país, bandas de ótima qualidade no estilo, mas parece não ter a aceitação merecida. Vocês concordam? O que podem falar a respeito?
Fabio: Eu acho que não é uma questão de quantidade, mas uma questão de qualidade do público de Doom. Eu acredito que nosso público é um dos mais fiéis e fortes que existem, porém, sabemos que não é um grupo tão extenso como o de Thrash Metal ou de Death Metal, mas estamos muito contentes com nosso público e nossos fãs em geral. Somos muito bem recebidos, muito respeitados e é sempre uma experiência fantástica quando fazemos shows.

Além de divulgar o novo trabalho, quais os planos da banda?
Fabio: Nós temos planejado para o começo do ano que vem a gravação do nosso DVD, que será gravado de uma forma um pouco diferente da convencional, queremos fazer algo muito especial, dentro de um estúdio, com todos os recursos que podemos usar. Além disso, estamos também planejando uma tour por alguns países da Europa para a segunda metade de 2014. Temos uma base de fãs muito significativa lá e sentimos que chegou o momento de fazer essa tour tão esperada. Dalí pra frente seguimos gravando discos e fazendo nossos shows.


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