Cinco anos após o debut
“Inferno” (2009), os cearenses do Maleficarum retornam com “Trans Mysterium” e
seu Black Metal calcado nas bandas tupiniquim do estilo e com influências
enraizadas. Em uma bela embalagem digipack, o disco traz uma sonoridade que irá
agradar em cheio aos mais fieis.
A velocidade é um dos
elementos principais do trabalho, desde os riffs rápidos, passando por uma
cozinha direta e coesa. Há quebradas interessantes, mas a banda opta por um som
apocalíptico, cheio de raiva e agressividade. Melodia só de leve e os arranjos
de teclados passam longe aqui.
As bases são
estruturadas, tendo riffs diretos, ríspidos, típicos do estilo com uma produção
que deixa o som mais cru e orgânico, com mixagem e masterização realizada no
estúdio 746. Um fator importante e que chama atenção é a objetividade das
músicas, já que a média é de três minutos e a banda sabe explorar bem esse
tempo.
As letras cantadas em
português abordam satanismo e, obviamente, anti-cristianismo e as vocalizações
com timbres rasgados são pouco inteligíveis (o que não faz muita diferença).
Destaque para Aqueronte e Noite do Terror, mas o disco todo possui
um bom equilíbrio.
“Trans Mysterium” ainda
trás duas bônus, sendo uma para Cântico
Malígno das Sombras (originalmente lançada na demo auto-intitulada de 2009)
e o outro para um ótimo cover da clássica Guerreiro
de Satã, do Vulcano. Enfim, o segundo álbum do Maleficarum é mais uma obra
que acrescenta valor ao Black Metal brasileiro.
8,0
Vitor
Franceschini
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