Uma
parceria entre o selo alemão Quality Steel
e a gravadora brasileira Shinigami
Records tem trazido ótimas bandas, até então desconhecidas do público
brasileiro. Uma delas é o Andsolis, grupo alemão que pratica um Progressive
Melodic Death Metal de qualidade e lançará em breve seu primeiro disco “Vigil”
na Europa (o trabalho já foi lançado no Brasil). Conversamos com o guitarrista
e fundador Simon Abele e com o baterista Marco Tecza que, ao lado de Manuel
Siewert (vocal), Oliver Kilthau (vocal), Stefan Rosenmayer (guitarra), Martin
Pohl (teclado) e Bryan Zwiers (baixo), buscam um lugar ao sol.
Primeiramente gostaria que vocês
apresentassem a banda, já que o Andsolis é uma banda relativamente nova. Como a
banda foi formada?
Marco: Bem,
olá. O Andsolis se formou em 2012 pelo Simon, então acho melhor ele responder
essa.
Simon: Comecei
os esboços das músicas antes mesmo de procurar as pessoas para se dedicar e
compartilhar minhas ideias. E foi realmente incrível encontrar esses caras
legais e talentosos. Sou muito grato.
E desde que se juntaram a intenção
sempre foi seguir essa sonoridade mais complexa?
Simon:
Tentei vir com um rótulo para a música do Andsolis. Escolhi propositalmente o
Progressive porque não somos uma banda ‘Technical’. Nosso material não é
difícil de tocar (eu só posso falar pelas guitarras, risos). Eu prefiro
procurar diferentes abordagens para a atmosfera e dar voltas e voltas dentro da
composição.
Marco:
Humn, sinceramente eu não sei se soamos complexos ou não. Quando Simon chegou
até nós com as demos de “Vigil”, o restante da banda apenas escreveu suas
partes junto a essas demos. Fazendo isso, nós tentamos escrever as melhores
peças para chegar às ideias de Simon, para lhe dar alguma forma mais
aprofundada. Claro que, se você tem músicas com mais de 8 minutos, você
simplesmente tem que fazer algumas variações, mas no final, a nossa única
intenção era a de apoiar a música.
E como definiriam a música do
Andsolis?
Marco:
Eu pessoalmente definiria como Progressive Melodic Death Metal com as
influências de outros gêneros como Ambient e o Progressivo dos anos 70. Mas eu
não sou muito bom em definir o estilo de uma música. Pessoalmente digo que
fazemos a música que nos diverte.
Vocês chegaram a lançar algo antes
do trabalho “Vigil”?
Marco:
Até agora lançamos apenas um lyric video. Mas, estou trabalhando duro em alguns
roteiros de alguns vídeos de música. Estou realmente animado em relação a isso,
afinal com o vídeo você tem a oportunidade de divulgar sua música sob uma luz
diferente, eu diria. É como olhar as letras de uma forma diferente.
E como foi o processo de composição
de “Vigil”? As composições vêem desde a fundação da banda ou são mais recentes?
Simon:
O processo de composição foi muito bom, então posso dizer que as composições
foram resultado da mesma forma criativa, sendo que as músicas curtas são um
pouco mais velhas que as mais longas. A canção mais antiga do álbum é um
epitáfio limpo e humilde chamado de The
Laughter Echoes.
A sonoridade do Andsolis é
relativamente complexa. Na hora de compor, essa complexidade surge naturalmente
ou é algo que a banda sempre planejou?
Simon:
Quando comecei a compor eu tinha a imagem clara do que eu queria para a nossa
música. Falando em raízes, é uma mistura da grande escola de Gotemburgo de
Death Metal (Gates of Ishtar, Eucharist, Dark Tranquillity), no mais,
composições mais ecléticas de nomes como Opeth, Enslaved ou Disillusion, além
de alguns nomes não-clichês do Prog/Power Metal como Psychotic Waltz ou Fates
Warning. Eu provavelmente poderia mencionar outras 100 bandas que me
inspiraram, direta ou indiretamente aqui. Eu não acho que as músicas são muito
técnicas, e eu estava profundamente imerso nas composições que elas não soam
complexas para mim. Tenho certeza que assim que o ouvinte se sentir familiarizado
com elas, ele vai notar que as músicas não são complexas. Enfim...
A banda tem como principal
característica os vocais que são divididos entre Manuel Siewert e Oliver
Kilthau. Como é, e qual a diferença em se trabalhar com dois vocalistas? Quem
cria as linhas vocais?
Marco: Bem,
você tem duas divas à frente da banda (gargalhadas), brincadeirinha. Dois
vocalistas simplesmente lhes dão mais opções. Algumas partes imploram por
grunhidos, sendo que outras exigem uma voz mais limpa. E nós podemos dar a cada
parte aquilo que nos convêm, o que realmente é um luxo, creio. Quando Simon
enviou as demos para as bandas, ele enviou com sua voz, quando achava melhor
encaixar vocais guturais ele sussurrava. Com essa diretriz, Oliver (vocais
limpos) e Manuel (gutural) trabalharam em suas partes. Mas não houve limites
para isso. Então, criaram da forma que acharam melhor.
Apesar da complexidade, a produção
do disco soa crua. Esse foi um objetivo atingido?
Marco:
Sim, foi. Os temas deste álbum são muito crueis e tristes, lidando com cortes
muito profundos sobre a vida de alguém. Acho que, com tais motivos, você
simplesmente não pode querer uma produção limpa; ela tem que ter suas arestas.
Simon:
Exatamente. Eu também senti a necessidade de uma produção muito natural. Eu
realmente não gosto destes trabalhos super-produzidos que o Metal tem mostrado
hoje em dia.
“Vigil” foi lançado no Brasil via
parceria entre Quality Steel Records e Shinigami Records. Como é ter o primeiro
álbum lançado em nosso país?
Simon:
Enquanto conversamos, o álbum está à beira de seu lançamento na Europa - e nós realmente
temos grandes expectativas.
E como está a divulgação do álbum?
Simon:
A primeira resposta da cena é muito promissora. O álbum será lançado aqui
também no dia 20 de fevereiro em formato de CD e LP 12”.
Quais os planos para 2015?
Marco:
Além de filmar os vídeos, planejamos tocar muito. Não vemos a hora de cair na
estrada e tocar as músicas ao vivo. Agora, temos a nossa festa de lançamento
prevista para o dia 17 de abril, que contará com as grandes bandas Fragments Of
Unbecoming, Lyfthrasyr, Zombieslut e Olphor.
Simon:
Espero terminar o 2º álbum e fazer uma turnê no Brasil, onde realmente sinto
que nosso som é bem quisto. Valeu a todos nossos amigos que nos apoiam aí!
Muito obrigado. Podem deixar uma
mensagem aos brasileiros.
Marco:
Obrigado por gastar seu tempo falando com a gente. Bem, eu quero agradecer a
todos que dedicaram seu tempo ao ler esta entrevista e talvez nos conhecido.
Isso realmente significa muito para nós, pois há tantas grandes bandas por aí.
E todas as reações que recebemos do Brasil até agora foram mais do que
impressionantes. Nós nunca sonhamos com tais reações e feedbacks. Então, mais
uma vez, muito obrigado. Felicidades!
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