Em “Exemption” (2011),
seu primeiro full-length, os brasilienses do Mork já mostravam uma sonoridade
diferenciada focada no Symphonic Black Metal. De certa forma inovador, o primeiro
disco trazia uma música liricamente e musicalmente agressiva, mas que faltava
alguma coisa pra beirar a perfeição.
Eis que em “Awake” esse
toque refinado, essa chama mais acesa aparece e a banda solta composições que
beiram a perfeição do estilo. O salto é impressionante e tudo aqui soa ‘mais’.
Mais caótico, mais insano, mais agressivo, mais brutal e até mais melódico,
porém sem sair da linha.
Com uma produção muito
melhor, a cargo do guitarrista, baixista e vocalista Samhen (em seu próprio
estúdio), e uma musicalidade mais encorpada, “Awake” faz de cara nos remeter ao
início dos anos 2000 quando o Symphonic Black Metal ainda trazia resquícios da
raiz maledicente e tinha o seu lado brutal como prioridade.
Interessante que o Mork
ainda traz influências do Blackened Death Metal tão cultuado hoje em dia (vide
Behemoth, Belphegor e a brasileira Unearthly), o que faz com que seu som soe
atual e (por que não?) atemporal. Os arranjos de teclados, e os solos de
guitarras cheios de melodia mostram ser um dos grandes diferenciais da dupla
completada por Foizer (guitarra) – o baterista V.Digger (Device, Miasthenia)
tocou como músico convidado.
Sem injustiças e muito
menos sem seguir clichês, os destaques vão para as músicas Untamed, Sacrifice, Infirmita Carnis (que ganhou um clipe
‘otimamente’ bem produzido), Three
Transformations e seus ótimos arranjos, a ‘agoniada’ Human e a chave de ouro Awake.
Mesmo com a lista de melhores de 2014 já divulgada há certo tempo, “Awake”
entra fácil nela. Sensacional.
9,5
Vitor
Franceschini
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