Não se pode chamar de
febre, mas quando uma boa parte de guitarristas (ou que tentavam o ser) resolveu
gravar álbuns solos e instrumentais, muitos deles o fazia para outros
guitarristas. Era aquela ‘fritação’, como se fosse cartilha pra aprendiz de
guitarras, sem ‘feeling’, notas e mais notas, ‘licks’, arpejos, solos, enfim...
chato pra ‘dedéu’, um terror pra quem não é músico, como este que vos escreve.
Hoje a coisa mudou pra
melhor, mesmo sendo um ‘tipo de música’ que não atraia tanta gente. Os músicos
atuais se preocupam com o conjunto da obra, mesmo com ênfase e um instrumento
(no caso aqui, a guitarra), melodia e agradar também aos leigos. Este primeiro
disco de Nando Moraes (ex-Lethal Fear) tem exatamente esta proposta.
Em “Ignited” Nando traz
composições que caminham entre o Rock e o Metal, mas que ainda abrem passagens
para o Blues, como pode se ver em Once A
Shuffle Time, uma canção bem diferenciada para o gênero, que possui ótimos
arranjos e talvez seja a mais leve do disco.
O guitarrista não varia
muito nos ritmos, sendo que a maior parte das canções é cadenciada, mas não
lentas (se é que dá pra entender). A música mais dinâmica é Rite of Passage (Staring The Flames) que
abre o disco, mas mesmo assim não chega a ser rápida e possui boas viradas.
Aliás, o guitarrista dá
bastante espaço para a cozinha, tendo evidentes as linhas de baixo de André
Garcia e a bateria de Bruno ‘Méba’ bastante explorada. Ainda há espaço para
ótimas camadas de teclados, a cargo de Bruno Santos, que casaram perfeitamente
na proposta do disco.
Vale mencionar que
Nando destila ótimos solos, sem ‘mirabolância’, mas desenvolveu ótimos riffs
que soaram fundamental para dar peso e equilíbrio à “Ignited!”. Destaque ainda
para The Voyager e para a faixa
título. A produção é ótima, a cargo de Nando e Fabio Ferreira e o disco vem
numa bela embalagem digipack. Vale à pena conferir.
8,0
Vitor
Franceschini
Nenhum comentário:
Postar um comentário