sexta-feira, 14 de julho de 2017

Rescue Rangers – “Join Hate”

(2017 – Importado)
                              
F200 Records

Se você acha Nirvana, Dinosaur Jr, Mudhoney, Screaming Trees e demais bandas do final dos anos 80 (e começo dos 90) um bando de ‘posers’, que se venderam (principalmente o primeiro exemplo) para mídia sem, no mínimo, buscar entender a história da música do final do século passado, não perca seu tempo lendo esta resenha, ou ouvindo o Rescue Rangers. No entanto, se você é do tipo que ouve (e entende) música sem preconceitos, com o coração – principalmente – conhecerá uma banda sensacional!

O som do grupo é característico da cena de Seattle e/ou alternativa, que existia muito antes da explosão na mídia. Fazendo um paralelo, na década de 80, a NWOBHM invadiu a terra do ‘Nazitrump’, inclusive tocavam em veículos comerciais. Era comum ouvir Iron e Saxon nas rádios.

As bandas traíram o movimento (oh pergunta tosca, mas necessária – risos)? Não. Ao contrário, estabeleceram uma grande base de fãs para o futuro, sem dependência alguma da tal ‘mídia maisnstream’. Na música Ocidental, principalmente no que se refere ao Rock & Roll e derivados, os movimentos eclodem, ficam no topo, se afastam dele, sobrando apenas as bandas de qualidade.

Aconteceu o mesmo nos anos 90, ficando as bandas importantes. As ‘satélites’, criadas pelo ‘hype’ e gravadoras desapareceram. Desde que não seja a intenção mudar o som para atrair grandes audiências, não há problema algum em ter o trabalho apreciado pelo maior número possível de pessoas, do nicho ou não.

Os franceses do Rescue Rangers resgatam uma das características mais importantes (não apenas nas bandas de Rock e afins) na concepção e criação de quaisquer formas artísticas: coração. A maior referência do grupo (sem saber se eles concordam – risos) é o Nirvana, em especial do álbum Bleach.

Não são uma mera cópia, pois injetam criatividade e, talvez, tenham as mesmas influências que permearam as bandas e gravadoras independentes no final dos anos 80, principalmente em Seattle. O Grunge (outra palavra tosca, mas, no momento, é a única que cabe – risos) nada mais é que a fusão do Hard Rock (setentista), Heavy Metal, Stoner e o (Proto) Punk/Hardcore, sem muitas firulas musicais em gravações e produções ‘lo-fi’, ou pelo baixo orçamento, ou pela textura e ‘honestidade’ que elas oferecem.

O álbum “Join Hate” (terceiro full) apresenta doze canções. Complicado escolher as melhores, pois o trabalho é coeso. Destaque, também, para a produção (a cargo de Page Hamilton do Helmet), que soube entender o ‘espírito da coisa’, deixando as músicas pesadas e viscerais. Música direta para ouvir com a alma, não com ‘cérebro’.


9,5

Adalberto Belgamo


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