Por Vitor Franceschini
Qualquer ‘metaleiro’
que se preze sabe a história e o significado do selo ‘Parental Advisory’. Parental
Advisory (abreviado PAL) é uma etiqueta de aviso introduzida primeiramente pela
Recording Industry Association of America (RIAA) em 1985 e mais tarde adotado
pela British Phonographic Industry (BPI) em 2011. O selo é colocado em
gravações de áudio para indicar excesso de palavras de baixo calão ou
referências inapropriadas, com a intenção de alertar os pais que naquele
produto há material potencialmente incompatível com ouvintes mais jovens.
Em resumo, a Parents
Music Resource Center (PMRC), grupo conservador norte-americano liderado por
Mary “Tipper” Gore (esposa do ex-vice presidente norte-americano Al Gore, na
época senador) fez uma lista de quinze músicas em 1985 que considerava
‘perigosa’ em diversos contextos às crianças norte-americanas. Nesta lista
aparece W.A.S.P., Judas Priest, Mötley Crue, Mercyful Fate, AC/DC, Venom, Def
Leppard, entre outros para citar as principais do Metal. O comitê da PMRC
entrou com pedido para que o selo Parental Advisory fosse colocado nos discos
que considerava ofensivos para proteger as crianças de influências externas.
Por fim, a reivindicação foi aceita e os discos ‘rotulados’. O tiro saiu pela
culatra, pois serviu de propaganda para as bandas, sendo que hoje em dia,
muitas delas o colocam por conta própria.
Enfim, onde queremos
chegar com isso? Caro amigo polarizado, o fato é que o Metal não combina com
conservadorismo! Não, não é uma regra, é um fato! Tanto que se você não
compreendeu o que aconteceu de verdade ali em cima, ou você precisa aprender
interpretação de texto ou é teimoso. Mas calma, vamos chegar num consenso. Isso
não quer dizer, que você conservador, não possa ouvir Heavy Metal e suas
vertentes. Aliás, todo mundo pode, qualquer um pode, não tem regra pra isso. O
fato é que não tem como o estilo soar conservador, defender um sistema (seja
ele qual for) e andar lado a lado com ideias que o oprimiu (incluindo aí o
conservadorismo imposto nos ditos governo de esquerda durante regimes
comunistas, que todo mundo conhece, vai...). Claro que isso acontece, mas não
passa de hipocrisia.
Portanto, para quem
gosta de algo que ‘pastou’, isso mesmo, ‘pastou’ nas mãos do conservadorismo,
foi e é estereotipado principalmente como música do diabo ou de drogados, ir a
favor desse conservadorismo é um tiro no pé!
E tem mais, o
‘headbanger’, ‘metaleiro’ e seja lá o que for, que estereotipa outras coisas
(estilo musical, jogo, filme, qualquer linguagem artística) sem a conhecer a
fundo, sem saber a proposta e o conceito, não passa do conservador da PRMC de
ontem, só que hoje. Capicce? É importante tentar compreender outras formas de
expressões, sejam elas musicais ou não, para compreender inclusive porque o
estilo que tanto amamos é estereotipado e isso é fácil. Quando se expande estes
horizontes, não gostando exatamente de algo, mas entendendo, fica mais fácil o
diálogo e compreensão de tudo que vem pela frente.
NÃO SERÁ PUBLICADO COMENTÁRIOS ANÔNIMOS.
NÃO SERÁ PUBLICADO COMENTÁRIOS ANÔNIMOS.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE Metal, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger, e acha que os conservadores só são conservadores até a entrada do
bordel.
Mandou MUITO, Vitão!
ResponderExcluirCurto, grosso e vai doer nos conserva-bangers.
Parabéns!
Amei esse texto \../
ResponderExcluirCurto e grosso. É isso aí.
ResponderExcluirMetal é subversão ao sistema. Bom texto, pensei que ele fosse defensor de um dos lados da política, mas me surpreendi.
ResponderExcluirIvan, o Metal foi oprimido por todos os lados e todos os lados teve seus pontos de conservadorismo, seria hipocrisia apontar um só.
ExcluirSensacional! Metal é quebra de paradigma! Não combina com conservadorismo! Adorei o texto!
ResponderExcluirPerfeito, o metal em sua essência é a favor da liberdade, o headbanger de fato é um anarquista mas não sabe que é um! Ou seja, metal não combina com esquerda ou direita! Fato!!!
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