quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Pandemmy: "É legal participar desse momento em que as mulheres estão mais presentes nas bandas e no público do Heavy Metal"



Por Vitor Franceschini

Mostrando equilíbrio e maturidade suficientes ao passar por um desmembramento logo após o lançamento de seu segundo disco “Rise of a New Strike” (2016), os pernambucanos da Pandemmy angariam cada vez mais seguidores no cenário underground. Após incorporar a vocalista Rayanna Torres (Vocífera) na linha de frente, Pedro Valença e Guilherme Silva (guitarras), Marcelo Santa Fé (baixo) e Arthur Santos bateria, buscam alçar vôos ainda mais altos. Pedro conversou com o ARTE METAL e falou um pouco mais sobre todos estes assuntos e, é claro, do novo álbum.

Bom, começando na pergunta que mais devem ter respondido. Após o disco “Rise Of A New Strike” (2016), a banda sofreu a baixa do vocalista Vinicius Amorim. Enfim, o que aconteceu e como chegaram até sua substituta Rayanna Torres?
Pedro Valença – O Vinícius estava super bem como vocalista, mas ele teve uma atitude negativa pessoal que não representa a banda, contrário ao que pensamos como grupo e por isso foi necessária a sua saída. Rayanna surgiu alguns meses depois, e na primeira música do teste que ela fez já sentimos que aquela era a nova voz do Pandemmy. A entrada de Ray foi tranquila, apesar de estar sem banda, ela estava com muita vontade de cantar Metal.

E como é trabalhar com Rayanna logo após o lançamento de um trabalho com outro vocalista, tanto para ela como para o restante da banda?
Pedro Valença – Não houve dificuldades. Apenas subimos no palco e mandamos ver. O ideal seria que a divulgação fosse feita com o vocalista que gravou o álbum, mas isso é um detalhe, apenas. Ela regravou alguns vocais para lançarmos os clipes de divulgação de “Rise Of A New Strike”.

Aliás, de uma maneira geral, no que Rayanna pode acrescentar ao Pandemmy, já que as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço na cena?
Pedro Valença – Como musicista ela agrega tanto quanto qualquer outro integrante que está na banda. Naturalmente, nos sentimos com mais legitimidade para abordar nas letras o tema do machismo e violência contra mulher, por exemplo. Apesar da maioria da banda ser de homens e que procuramos refletir e diminuir nossa cultura machista e é legal participar desse momento em que as mulheres estão mais presentes nas bandas e no público do Heavy Metal.

Agora falando do álbum em si, “Rise of A New Strike” mostra a banda em seu auge de amadurecimento, com composições bem estruturadas e um direcionamento bem definido. Fale-nos um pouco de como foi fazer esse disco e o que ele representa?
Pedro Valença – O desafio do álbum “Rise Of A New Strike” foi justamente o amadurecimento da nossa sonoridade. Passamos por muitas mudanças de integrantes. Compor e ensaiar num cenário de inconstâncias é complicado. Talvez o lado positivo tenha sido o de ter tocar repetidas vezes boa parte das músicas, possibilitando arranjá-las melhor. Sem dúvidas é o nosso trabalho mais maduro, que manteve nossa identidade sonora. Esperamos falar isso a cada lançamento oficial.

E qual o principal diferencial do disco em relação ao debut “Reflections & Rebellions” (2013)?
Pedro Valença – “O Reflections & Rebellions” é um álbum mais cru, tem uma produção mais suja, menos polida. O “Rise Of A New Strike” tem uma produção mais limpa e ao mesmo tempo mais pesada. Em relação às composições, elas possuem menos variações de andamentos. Se vão fluir melhor ou não, vai depender do gosto do ouvinte. Por termos trabalhado no segundo álbum por 3 anos, os arranjos estão mais bem trabalhados, colocamos uns teclados para enriquecer alguns riffs e também temos mais solos de guitarra.



No disco o grupo consegue soar atual sem apelar para os trejeitos tendenciosos e trazer novos elementos. Isso foi uma preocupação ou fluiu naturalmente?
Pedro Valença – Flui naturalmente por termos uma proposta bem definida. Claro que esses novos elementos trazem mudanças na nossa proposta, mas nada que nos descaracterize. Jamais iremos nos repetir como músicos, independente de sermos uma banda underground e sem apelos comerciais. Seremos uma banda de Death/Thrash Metal sem medo de evoluir nossa idade musical.

Em “Rise of A New Strike” a banda mantém a leve melodia que lhes caracterizaram, mas conseguem manter a agressividade e o peso intactos. Qual seria a fórmula para isso?
Pedro Valença – Antes de finalizar cada nova composição, queremos que elas soem da melhor forma possível, sem forçar nada. Acho que a forma como as músicas soam bem para a própria banda define essa fórmula. E é bom saber que elas estão agradando ao público que procura apreciar ou conhecer nosso trabalho.

O disco também traz a melhor produção da banda até então, a cargo de Júnior Supertramp. O que vocês podem falar do resultado final e do trabalho com Supertramp?
Pedro Valença – O Júnior toca numa banda de Stoner chamada Mondo Bizarro, além de ser produtor musical. Queríamos alguém mais distante do Metal para essa produção. Ficou bem peculiar o resultado, pois o ‘ouvido’ do produtor estava desapegado dos clichês sonoros do gênero. Foi legal produzir com o Júnior e vamos trabalhar juntos nos próximos lançamentos.

O disco foi lançado digitalmente em 2016 e deve ser lançado pela Sangue Frio Produções no formato físico. Como surgiu essa oportunidade e como anda a parceria com a Sangue Frio?
Pedro Valença – O CD físico vai ser lançado fisicamente em breve. Já está na fábrica. O Patrick tinha falado com o nosso baterista pelo Facebook, e ele me enviou o recado falando da possibilidade de uma assessoria de comunicação. Troquei uns e-mails com Patrick e fechamos essa parceria. Estamos satisfeitos e temos muito trabalho a fazer juntos. O Metal está se profissionalizando no Brasil em vários aspectos.

Por fim, quais os planos da banda para este resto de ano?
Pedro Valença – Nossos planos para 2017 estão em estúdio. Regravamos os vocais de algumas faixas para lançar dois videoclipes e um lyric video. O clipe de Circus Of Tyrannies será lançado ainda este ano. Estamos procurando alguma banda para lançar um split, pois já temos cinco músicas prontas e queremos explorar esse formato que é inédito para nosso grupo. Em 2018 queremos focar mais em shows, tocar mais pelo nordeste e quem sabe fazer uma mini turnê pela região sudeste. Quem quiser acompanhar nossas novidades pode nos procurar no Facebook e Instagram.


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